domingo, 11 de agosto de 2013

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

DANÇA NATURAL - Um caminho de descobertas e bem estar

Em 11 de outubro de 2011, através do contato com Tânia Terras ministrei no Senac Santos para a turma de estética, a Palestra e Vivência Prática "Dança Natural - um caminho de descobertas e bem estar".

Os temas abordados foram:

1. Kairós - o instante não dividido.
2. Linguagem do Corpo.
3. Dança na Pedagogia e na Terapia
4.Os quatro elementos (terra- água- ar e fogo)

Além da palestra houve a vivência onde foram trabalhados consciência corporal, auto massagem, apoios e danças em roda com foco nos quatro elementos.





sexta-feira, 14 de outubro de 2011

VIVÊNCIA DE DANÇA NATURAL

Foi em 12 de agosto/2011, dentro da palestra sobre Recursos Terapêuticos Naturais no SENAC Santos, realizada por Tânia Terras que gentilmente me convidou para nos minutos finais da palestra dar uma pequena mostra da minha vivência. Aqui estão algumas fotos do momento que foi muito especial:













Agradeço de coração à Tânia pela oportunidade e as meninas participantes da vivência.

BIENAL DE DANÇA 2011 SESC SANTOS - Pça da Paz Universal (Zona Noroeste)

BIENAL DE DANÇA 2011 SESC SANTOS - Teatro Guarany

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A srta. Duncan sabe dançar?

Lendo seu estimado jornal, fiquei embaraçada ao ver que você pediu a tantos admiráveis mestres da dança que gastassem pensamentos tão profundos com um assunto insignificante como a minha humilde pessoa. Sinto que se desperdiçou muita literatura com um tema tão indigno. E sugiro que em vez de lhes perguntar, "A srta. Duncan sabe dançar?", vc chame a atenção deles para uma dançarina muito mais famosa - alguém que esteve dançando em Berlim anos a fio, muito antes de aparecer a srta. Duncan: uma dançarina natural cujo estilo (que a srta. Duncan tenta seguir) também se opõe diretamente à atual escola de balé.
A dançarina a que me refiro é a estátua da Ménade Dançarina no Museu de Berlim. Agora, por favor, escreva de novo àqueles admiráveis mestres e mestras de balé e pergunte: "A Mènade Dançarina sabe dançar?"
Pois a dançarina de que falo jamais tentou andar nas pontas dos pés. Nem passou seu tempo treinando saltos no ar para ver quantas vezes consegue bater os calcanhares um no outro antes de descer outra vez. Ela não usa espartilho nem malha e seus pés repousam livre nas sandálias.
Acho que se ofereceu um prêmio ao escultor que pudesse repor os braços quebrados na sua posição original. Sugiro que poderá ser mais útil ainda para a arte atual oferecer um prêmio a quem possa reproduzir na vida a divina postura do corpo dela e a secreta beleza de seu movimento. Sugiro que o seu excelente jornal ofereça esse prêmio, e que os excelentes mestres e mestras de balé façam a competição para recebê-lo.
Talvez depois de anos de tentativas tenham aprendido algo sobre anatomia humana, algo da beleza, pureza, inteligência dos movimentos do corpo humano. Esperando ansiosa a resposta erudita deles, sou sinceramente, sua 
Isadora Duncan
(1903)


(Carta ao Morgen Post de Berlim, traduzida por Lya Luft para a edição ISADORA FRAGMENTOS AUTOBIOGRÁFICOS,  Editora L&PM POCKET

sábado, 16 de julho de 2011

IMPROVISO

Elementos de cena:


Composição
Dança
Gestual dramático
Personagem
Entradas e saídas
Pausa
Silêncios
Sustentação de uma idéia
Dinâmicas
Níveis
Expressão
Sensibilidade
Verdade

quinta-feira, 30 de junho de 2011

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O mar é salgado...

E se não me falha a memória, sou assim desde tempos remotos.
Trago as tristezas e as dores de meus antepassados. E nos meus genes todas as angústias e pesares daqueles que foram antes de mim.


Alegrias, não. Elas são fugazes e não aderem.

São as perdas que nos talham, fazem vincos e nos moldam.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

homo ludens - fluxos, lugares e imprevisibilidades

O Imaginário Coletivo de Arte agrega artistas do litoral paulista em suas diferentes linguagens e tem como proposta fortalecer e propagar a “Arte Contemporânea Caiçara”, valorizando nossas raízes e misturando-as à contemporaneidade.

O Núcleo de Pesquisa do Movimento - pertencente ao Imaginário Coletivo de Arte - formado em fevereiro de 2011, é resultado de anos de pesquisas desenvolvidas em diferentes áreas que culminaram na busca de uma nova sintaxe corporal, através da reflexão sobre os processos criativos na Arte Contemporânea Caiçara. 

Seus integrantes convergem da dança, eutonia, teatro, circo, música e “Le Parkour”. Estão diretamente ligados a experimentação através de núcleos de pesquisas desenvolvidos no Espaço de Consciência Corporal Célia Faustino (2003), no grupo Percutindo Mundos – música contemporânea caiçara (2008), na Cia. Etra de Dança Contemporânea (2001) e no Projeto Canoa – pesquisa da Cultura Caiçara (2007).

A presente pesquisa tem como temas o improviso, a composição em tempo real, o movimento e não-movimento e o espaço como potencialidade de transformação. Une o pensamento ao corpo, a filosofia ao gesto e a emoção à pele. Assim a sintaxe corporal converge para o minimalismo, a aleatoriedade, a mistura entre a ancestralidade e a contemporaneidade, a miscigenação, o hibridismo, o nomadismo e as ressignificações da identidade cultural caiçara.

O processo criativo parte da discussão de conceitos filosóficos pertinentes à dança contemporânea, tais como as relações entre mente e corpo, a potencialidade do espaço e a relatividade do tempo em suas durações e velocidades.



A idéia é trazer a imprevisibilidade ao espaço, possibilitando alterações nas camadas do movimento e nas relações inter-pessoais através do jogo de improvisação e sua metalinguagem. O jogo não apenas como simulacro da realidade, mas como virtualização do real, entendendo-o na totalidade de suas figuras, símbolos e instrumentos necessários ao funcionamento desse conjunto complexo, associado às noções de abrangência, regra e liberdade. Um jogo que por si só é um universo onde cada qual precisa inventar e comunicar seu lugar. Onde a transcendência surge da quebra de suas regras.

Podemos citar a literatura de Cortázar que se apresenta como um escritor cujo jogo permeia toda a sua obra. É através do jogo que se dá a abertura para zonas inexploradas que levam à libertação, com a inversão da concepção de mundo real e fictício, ou seja, o mundo do homo sapiens mostra-se como uma ficção, enquanto que o mundo do homo ludens se apresenta como uma realidade mais profunda. Como assinala Arrigucci Jr. ( “O escorpião encalacrado. A poética da destruição em Julio Cortazar”, companhia das Letras, São Paulo - 2003), o autor aproxima-se da visão que tinha Schiller do lúdico como única forma de recuperar a plenitude do ser humano, no sentido transcendente do jogo como possibilidade de uma realidade integral

“Homo Ludens – fluxos, lugares e imprevisibilidades” transpõe o universo do jogo de improvisação para as intervenções urbanas, onde o gesto e o movimento alteram o espaço em seu fluxo e significação, quebrando seus paradigmas e possibilitando novos olhares sobre o cotidiano. O lugar como dado aleatório e inseparável do universo de sensações despertadas pela sintaxe corporal e pela reflexão sobre nossa identidade coletiva. Poderemos esperar do óbvio o mistério?

Bailarinos:

Célia Faustino
Davi Soares
Edvan Monteiro
Flávia Sá
Jeanice Ferreira
Jode Manzato
Márcio Barreto
Tatiana Pacheco

Músicos:

Alessandro Atanes
Márcio Barreto
Raphael Lange
Tarso Ramos

Fotógrafa:

Christina Amorim

(texto acima: Márcio Barreto)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Um pouco de literatura:

Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros. 
Clarice Lispector

sexta-feira, 4 de março de 2011

Cartas do poeta sobre a vida - Fragmento

... a tarefa de todas as tarefas é transformar o insignificante em algo grande, o inconspícuo em algo radiante; mostrar um grão de poeira de tal forma que o vejamos contido no todo; de modo que não possamos ver sem, ao mesmo tempo, ver todas as estrelas e a conexão profunda do céu, ... à qual ele pertence intimamente.
(Rainer Maria Rilke)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Cia. AbrAOsOlhOs Projeto: “O Sol de Maiakóvski no MST e o Erudito Chega ao Campo”

A Cia. AbrAOsOlhOs nasceu em 2001, em Santos, com o objetivo de apresentar uma proposta de ruptura com as linguagens coreográficas tradicionais e a vinculação de diferentes manifestações artísticas interagindo com a dança a partir de um pensamento comum.

A Cia. prioriza a colocação do individual a serviço da universalidade. A expressão pessoal através da criação espontânea e improvisação gestual buscando atingir o “sentir” universal despertando o espectador a sair de sua postura passiva estimulando-o a descoberta do seu ser.

A Cia. visa explorar novos caminhos na área da dança, sempre de maneira natural, buscando no popular e no movimento primitivo uma interação homem/sociedade. Movimentos reais reverberando em outros seres, projetando a dança para além do tempo real.

A Cia. tem por objetivo desenvolver um trabalho de criação individual ou em grupo e através da improvisação e expressão pessoal chegar a um movimento interior universal que possa despertar a sociedade para uma consciência coletiva.

A Cia. tem por criadora Jeanice Ferreira, em processo de estudo e pesquisa na área de dança

contemporânea, popular e improvisação. O elenco da Cia. é instável, já que instável é o movimento.

“O Sol de Maiakóvski no MST e o Erudito Chega ao Campo”

O projeto visa a interação entre a cultura erudita e popular, a pluralidade de manifestações artísticas e a concepção da arte como desencadeadora de sonhos, abridora de mentes e conscientizadora da sociedade humana, através da figura do poeta futurista Vladimir Maiakóvski, e da contemporização da Revolução Russa.

O ponto de partida do projeto partiu da leitura de clássicos da literatura russa, que venho lendo desde 2001, autores com Dostoievski, Gogol, Gorki, Tchecov, foram a principal fonte de inspiração para o projeto.

A pesquisa de composição coreográfica partiu da premissa de que qualquer movimento pode se transformar numa linguagem cênica, multiplicidade de recursos (dança, teatro, poesia). O corpo como recurso expressivo com um mínimo de tecnologia e utilizado como fim artístico e social.

Dança se relacionando com a palavra. Sentir o texto no corpo com suas dificuldades.

Mostrar a dança como produção de conhecimento, de saber, de estudo e pesquisa.

Movimentos livres que geram energia e impulsos que da quebra abrirão novos caminhos para a improvisação gestual.

O projeto tem quatro fases. Na primeira temos o fato histórico, vemos o homem tomar consciência da Revolução, interna ou externa, seja no MST, ou no século passado na Rússia czarista. Demonstra o processo desencadeador da revolta. É um momento de dor. Nesse momento temos o suporte erudito, a música é uma marcha-protesto de Gilberto Mendes sobre um poema de Haroldo de Campos, parte de um estilo barroco/renascentista e, passando por uma harmonia romântica, termina em moderno contraponto dissonante que se dissolve num rap. A coreografia busca nesse momento os movimentos duros e inquietos de soldados russos, trabalhando improvisação e marcação cênica.

Na segunda fase, ainda com música de Gilberto Mendes, vemos um caminho ascendente com movimentação suave, mas direta, indicando a descoberta do ser, da luz. É a alvorada, vislumbra-se a possibilidade de um novo tempo,um tempo de luz. Nesse momento tenta-se atingir a platéia, tentando uma proximidade para que o espectador desperte do seu torpor.

A terceira fase é o momento de trazer a tona o popular, o ponto de interligação entre o poeta e o povo. O Sol foi plantado e floresce no campo. A alegria da descoberta é demonstrada no ‘coco’ O Sol Lá Vem. A coreografia é basicamente pessoal de pesquisa na dança popular.

A última fase utiliza o poema A Extraordinária Aventura Vivida por Vladimir Maiakóvski no Verão na Datcha, de 1920 (Maiakóvski), como suporte para a movimentação coreográfica.

Principal momento do projeto, é um momento único já que a declamação do poema é feita ao vivo e conta com o acaso.

A improvisação sobre a palavra é o ponto de partida. A pesquisa partiu da reunião de todo o conhecimento recolhido durante o processo de amadurecimento e dedicação pessoal no universo da dança. Tudo que o corpo pode absorver ou não , talvez esteja presente nesta improvisação.

A coreografia da bailarina procura interpretar o movimento ulterior interno do poeta ao mesmo tempo em que expressa a simbiose entre o sol e homem.

Juntando a isso a busca do tema ‘Maiakóvski’ que pessoalmente traz a tona aspectos sociais inerentes à arte. Buscar a poesia na vida concreta. Fazer do corpo um corpo concreto e sensível. Massa e expressão. O que é dançar? Mover-se com arte? Ou o movimento por si só já é dança, e assim, arte? O falar, o ato de declamar uma poesia gerará uma dança interior no poeta, e será que ela pode ser visualizada?

Palavra e movimento, dança e comunicação, corpo e expressão. Esses são os pontos de ligação entre as fases do projeto.

Pesquisa Literária:

Kauss Vianna “A Dança” Em colaboração com Marco Antônio Carvalho

Editora Siciliano - São Paulo - 1990

Maiakóvski Poemas

Boris Schnaiderman, Augusto e Haroldo de Campos

Editora Perspectiva

Pesquisa Musical:

Madrigal Ars Viva - Música Nova para vozes

Maestro Roberto Martins

Prod. Sociedade Ars Viva

A Barca – Turista Aprendiz

CPC / Umes – 2000

Dimitri Shostakovich

Symphony No.6

Symphony No.12 “The Year of 1917”

Naxos – 1998/1999

Tempo de duração da coreografia: 10 minutos.

Espaço físico: a performance não convenciona apenas a utilização do palco para veiculação da obra, e sim estimula que ela seja apresentada em espaços alternativos, como: praças, armazéns, pátios e outros. A presença física do público mais próximo traz uma lembrança da época em que o poeta Maiakóvski entrava nos pátios das fábricas e lia para os operários seus poemas.

Em particular na cidade de Santos os lugares preferenciais seriam o centro histórico e o Porto.

Músicas: O Anjo Esquerdo da História (1997) – Gilberto Mendes (poema de Haroldo de Campos). Intérprete: Madrigal Ars Viva – 2:49;

Sol de Maiakóvski (1995) – Gilberto Mendes (poema Augusto de Campos). Intérprete: Madrigal Ars Viva – 0:54;

O Sol Lá Vem - Domínio público, adaptação: A Barca (coco anotado por Mário de Andrade). Intérprete: A Barca – 2:35.

Poema: A Extraordinária Aventura Vivida por Vladimir Maiakóvski no Verão na Datcha (Púchkino, Monte Akula, datcha de Rumiántzer, a 27 verstas pela estrada de ferro de Iaroslávl), de Maiakóvski, tradução de Augusto de Campos (1920) – 5 min. aproximadamente.

Cenário: Dois painéis confeccionados em jornal e sacos de politiereno pretos, utilizados como suporte para poema concreto escrito, em giz de cera sobre folhas de papel manteiga foscas e presas com alfinetes. Tamanho dos painéis: 2,41 de largura por 3,06 de comprimento. Os painéis serão colocados tendenciosamente no lado esquerdo do espectador; Caixote de madeira crua com pintura feita em tinta acrílica representando sangue derramado nas cores vermelha e siena queimada, colocado do lado direito do painel.

Poema Concreto: “Reverso/Revolução e Verso/Verso e Revolução/Solução”.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Preparando a chegada do Sol

O ano de 2001 foi um ano próspero na dança para mim. Foi um ano de descobertas, de criação, de limites e de desafios.
Antes do Sol intervir na minha vida houve um caminho, algo que foi me levando, me mostrando uma saída.
Desde que comecei a me aventurar pelo mundo da dança tive vontade de criar, fazer o que eu chamava de dança. Mostrar o que tinha dentro de mim. Mas a inexperiência dificultava as coisas (até hoje dificultam...).
Naquele ano de 2001, continuava a fazer as aulas de dança contemporânea no Sesc e foi por lá que vim a fazer dois workshops e uma oficina que me deram entusiasmo para me aventurar de vez num caminho trilhado por mim.
O primeiro workshop foi com Jussara Miller e abordava a Técnca Klauss Vianna e conteúdos de aprimoramento do movimento e refinamento da percepção corporal. Juntamente com o workshop tive a oportunidade de ver o espetáculo "Cacos de Louça Acaso Quebrada" da própria Jussara que me motivou a explorar novos caminhos. O workshop foi ótimo e me fez entrar em contato tanto com a técnica como com outras pessoas que buscavam seus caminhos na dança.
O outro workshop foi com Larissa S. Turtelli e tinha como proposta abrir espaços para as manifestações do corpo, o que fazia dele algo mais visceral e livre. A coreógrafa que também apresentava seu trabalho "Veias da Terra", mostrava algo mais perceptivo ligado as emoções e significados corporais que vinha de encontro ao que eu almejava artísticamente.
A oficina foi de Novo Circo, com Helena Figueira que fez com que eu experimentasse situações de limite do meu corpo que eu não estava acostumada. Me fez sair em busca daquilo que eu não conhecia e tinha medo de experimentar. Cada uma das ministrantes me ajudaram a ter coragem, me mostraram caminhos e me fizeram fazer parte daquilo que eu sonhava. O caminho a ser trilhado estava ali na frente, mas eu ainda não o via.