sexta-feira, 14 de outubro de 2011

VIVÊNCIA DE DANÇA NATURAL

Foi em 12 de agosto/2011, dentro da palestra sobre Recursos Terapêuticos Naturais no SENAC Santos, realizada por Tânia Terras que gentilmente me convidou para nos minutos finais da palestra dar uma pequena mostra da minha vivência. Aqui estão algumas fotos do momento que foi muito especial:













Agradeço de coração à Tânia pela oportunidade e as meninas participantes da vivência.

BIENAL DE DANÇA 2011 SESC SANTOS - Pça da Paz Universal (Zona Noroeste)

BIENAL DE DANÇA 2011 SESC SANTOS - Teatro Guarany

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A srta. Duncan sabe dançar?

Lendo seu estimado jornal, fiquei embaraçada ao ver que você pediu a tantos admiráveis mestres da dança que gastassem pensamentos tão profundos com um assunto insignificante como a minha humilde pessoa. Sinto que se desperdiçou muita literatura com um tema tão indigno. E sugiro que em vez de lhes perguntar, "A srta. Duncan sabe dançar?", vc chame a atenção deles para uma dançarina muito mais famosa - alguém que esteve dançando em Berlim anos a fio, muito antes de aparecer a srta. Duncan: uma dançarina natural cujo estilo (que a srta. Duncan tenta seguir) também se opõe diretamente à atual escola de balé.
A dançarina a que me refiro é a estátua da Ménade Dançarina no Museu de Berlim. Agora, por favor, escreva de novo àqueles admiráveis mestres e mestras de balé e pergunte: "A Mènade Dançarina sabe dançar?"
Pois a dançarina de que falo jamais tentou andar nas pontas dos pés. Nem passou seu tempo treinando saltos no ar para ver quantas vezes consegue bater os calcanhares um no outro antes de descer outra vez. Ela não usa espartilho nem malha e seus pés repousam livre nas sandálias.
Acho que se ofereceu um prêmio ao escultor que pudesse repor os braços quebrados na sua posição original. Sugiro que poderá ser mais útil ainda para a arte atual oferecer um prêmio a quem possa reproduzir na vida a divina postura do corpo dela e a secreta beleza de seu movimento. Sugiro que o seu excelente jornal ofereça esse prêmio, e que os excelentes mestres e mestras de balé façam a competição para recebê-lo.
Talvez depois de anos de tentativas tenham aprendido algo sobre anatomia humana, algo da beleza, pureza, inteligência dos movimentos do corpo humano. Esperando ansiosa a resposta erudita deles, sou sinceramente, sua 
Isadora Duncan
(1903)


(Carta ao Morgen Post de Berlim, traduzida por Lya Luft para a edição ISADORA FRAGMENTOS AUTOBIOGRÁFICOS,  Editora L&PM POCKET

sábado, 16 de julho de 2011

IMPROVISO

Elementos de cena:


Composição
Dança
Gestual dramático
Personagem
Entradas e saídas
Pausa
Silêncios
Sustentação de uma idéia
Dinâmicas
Níveis
Expressão
Sensibilidade
Verdade

quinta-feira, 30 de junho de 2011

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O mar é salgado...

E se não me falha a memória, sou assim desde tempos remotos.
Trago as tristezas e as dores de meus antepassados. E nos meus genes todas as angústias e pesares daqueles que foram antes de mim.


Alegrias, não. Elas são fugazes e não aderem.

São as perdas que nos talham, fazem vincos e nos moldam.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

homo ludens - fluxos, lugares e imprevisibilidades

O Imaginário Coletivo de Arte agrega artistas do litoral paulista em suas diferentes linguagens e tem como proposta fortalecer e propagar a “Arte Contemporânea Caiçara”, valorizando nossas raízes e misturando-as à contemporaneidade.

O Núcleo de Pesquisa do Movimento - pertencente ao Imaginário Coletivo de Arte - formado em fevereiro de 2011, é resultado de anos de pesquisas desenvolvidas em diferentes áreas que culminaram na busca de uma nova sintaxe corporal, através da reflexão sobre os processos criativos na Arte Contemporânea Caiçara. 

Seus integrantes convergem da dança, eutonia, teatro, circo, música e “Le Parkour”. Estão diretamente ligados a experimentação através de núcleos de pesquisas desenvolvidos no Espaço de Consciência Corporal Célia Faustino (2003), no grupo Percutindo Mundos – música contemporânea caiçara (2008), na Cia. Etra de Dança Contemporânea (2001) e no Projeto Canoa – pesquisa da Cultura Caiçara (2007).

A presente pesquisa tem como temas o improviso, a composição em tempo real, o movimento e não-movimento e o espaço como potencialidade de transformação. Une o pensamento ao corpo, a filosofia ao gesto e a emoção à pele. Assim a sintaxe corporal converge para o minimalismo, a aleatoriedade, a mistura entre a ancestralidade e a contemporaneidade, a miscigenação, o hibridismo, o nomadismo e as ressignificações da identidade cultural caiçara.

O processo criativo parte da discussão de conceitos filosóficos pertinentes à dança contemporânea, tais como as relações entre mente e corpo, a potencialidade do espaço e a relatividade do tempo em suas durações e velocidades.



A idéia é trazer a imprevisibilidade ao espaço, possibilitando alterações nas camadas do movimento e nas relações inter-pessoais através do jogo de improvisação e sua metalinguagem. O jogo não apenas como simulacro da realidade, mas como virtualização do real, entendendo-o na totalidade de suas figuras, símbolos e instrumentos necessários ao funcionamento desse conjunto complexo, associado às noções de abrangência, regra e liberdade. Um jogo que por si só é um universo onde cada qual precisa inventar e comunicar seu lugar. Onde a transcendência surge da quebra de suas regras.

Podemos citar a literatura de Cortázar que se apresenta como um escritor cujo jogo permeia toda a sua obra. É através do jogo que se dá a abertura para zonas inexploradas que levam à libertação, com a inversão da concepção de mundo real e fictício, ou seja, o mundo do homo sapiens mostra-se como uma ficção, enquanto que o mundo do homo ludens se apresenta como uma realidade mais profunda. Como assinala Arrigucci Jr. ( “O escorpião encalacrado. A poética da destruição em Julio Cortazar”, companhia das Letras, São Paulo - 2003), o autor aproxima-se da visão que tinha Schiller do lúdico como única forma de recuperar a plenitude do ser humano, no sentido transcendente do jogo como possibilidade de uma realidade integral

“Homo Ludens – fluxos, lugares e imprevisibilidades” transpõe o universo do jogo de improvisação para as intervenções urbanas, onde o gesto e o movimento alteram o espaço em seu fluxo e significação, quebrando seus paradigmas e possibilitando novos olhares sobre o cotidiano. O lugar como dado aleatório e inseparável do universo de sensações despertadas pela sintaxe corporal e pela reflexão sobre nossa identidade coletiva. Poderemos esperar do óbvio o mistério?

Bailarinos:

Célia Faustino
Davi Soares
Edvan Monteiro
Flávia Sá
Jeanice Ferreira
Jode Manzato
Márcio Barreto
Tatiana Pacheco

Músicos:

Alessandro Atanes
Márcio Barreto
Raphael Lange
Tarso Ramos

Fotógrafa:

Christina Amorim

(texto acima: Márcio Barreto)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Um pouco de literatura:

Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros. 
Clarice Lispector

sexta-feira, 4 de março de 2011

Cartas do poeta sobre a vida - Fragmento

... a tarefa de todas as tarefas é transformar o insignificante em algo grande, o inconspícuo em algo radiante; mostrar um grão de poeira de tal forma que o vejamos contido no todo; de modo que não possamos ver sem, ao mesmo tempo, ver todas as estrelas e a conexão profunda do céu, ... à qual ele pertence intimamente.
(Rainer Maria Rilke)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011