sexta-feira, 9 de abril de 2010

Workshop com a Confraria da Dança

No último dia 08 de abril fui à FUNARTE - SP para participar do workshop "Preparação do Corpo Cênico", com a Cia. Confraria da Dança, de Diane Ichimaru e Marcelo Rodrigues. Semanas antes havia recebido email sobre o workshop e fiz inscrição mandando currículo e carta de interesse que eram os critérios de seleção para participar. Romântica como sou, fiquei super feliz de receber a notícia de que havia sido selecionada. Para mim, que tenho motivos de sobra para ter completa insegurança dos meus suportes técnicos, foi uma importante conquista perceber que não sou tão excluída assim. Fui para São Paulo, sou de Santos, a província, embuída de grande entusiasmo e ansiedade, sem saber o que me esperava. Bem, lá pude perceber entre os outros participantes um grupo heterôgeneo e talvez, por isso ou por causa disso, também se mostrou um grupo muito agradável com pessoas de várias áreas (dança, teatro, ou não) que me pareceu acolhedor. Os dois ministrantes da cia., Diane (que conduziu o workshop) e Marcelo, também foram super receptivos. Mas, infelizmente, aquilo que parecia ser tão importante, deixou a desejar. Sem muitas explicações sobre as intenções da proposta, nem sobre técnicas aplicadas, fomos colocados numa sala onde tínhamos que nos esforçar para seguir a movimentação de Diane. Aliás, muito boa movimentação, baseada em troca de apoios, controle abdominal, trabalho de articulações e torções. Mas, será que não poderíamos ter aprendido um pouco sobre isso, em vez de correr atrás para tentarmos fazer o movimento igual sem saber muito bem como? Das 10 horas da manhã até às 13 horas da tarde viramos marionetes. Tudo o que tínhamos a fazer era "copiar" as situações propostas. No começo, até que tudo bem, os movimentos eram elaborados mais ou menos lentamente, mas depois foram passando para exercícios mais complexos que mais pareciam uma correira louca e performer da instrutora. Sei lá, me senti um pouco como uma cobaia. Repetindo coisas sem saber o porque, uma obrigação de sentir um desvario. Tinha horas em que ela começava tremilicar o corpo todo e emitir sons com a boca, que sinceramente, eu não sentia necessidade disso. Não tinha tazão. Tudo bem, nada contra alguém querer tremilicar, mas se era pra ensinar a técnica, então ensine. Os exercícios nos levaram a exaustão corporal que se esse era o objetivo, conseguiu. Mas qual o sentido, qual a prosposta. As coisas não eram explicadas. Antes da pausa para o almoço, nos deram uma folha e lápis e nos foi dito para descrever lembranças de movimentos que fizemos, ou vimos alguém fazer que eram importantes para nós. Não consegui me expressar na escrita e nem me lembrar de algo realmente relevante. Algumas pessoas fizeram descrições de coisas da infância, muito bonito esse momento. A proposta para a segunda fase do workshop seria trabalhar em cima desses movimentos. Não fiquei para a segunda fase. Já tinha visto o bastante. Já participei de diversos workshops e oficinas com cias. e pessoas da dança e do teatro e todos eles me foram de grande formação, mas não consegui achar nada de consistente na Cia. Confraria da Dança. Acho que podem e devem ter um bom trabalho mas fica muito a desejar como formadores, nem sei se a palavra certa seja essa, mas não achei outra. Acho que o trabalho de um profissional da área da arte e principalmente de uma área que trabalhe com o corpo e o emocional deve ter mais respeito com os participantes, não expor as pessoas em uma espécie de tour de force à revelia. Mesmo assim, foi uma experiência que não vou esquecer. Agradeço ter sido escolhida, e participar, acredito que foi importante.

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